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Leonardo da Vinci: Criatividade e espontaneidade

Como Leonardo da Vinci poderia estar relacionado os conceitos básicos da teoria moreniana acerca da Criatividade e Espontaneidade?
Leonardo da Vinci Criatividade e espontaneidade

Hoje gostaria de trazer dois conceitos muito importantes e que estão na base do Psicodrama: a criatividade e a espontaneidade.

Os elegi por entender que podem suscitar um novo entendimento de que já somos dotados de potência destes atributos desde o momento em que nascemos e com eles podemos modificar a realidade em vários níveis.

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A espontaneidade é como uma sensação, uma necessidade ou força que nos move para a mudança, a catalizadora, enquanto a sua parceira, a criatividade é substancia, o processo, a sua concretização no mundo.

Existem quatro formas da espontaneidade se apresentar em nossa vida: como ativadora das conservas culturais e os estereótipos que conhecemos; como criadora de livre expressão da personalidade; como formadora de novas respostas adequadas a novas situações e, por último, mas não menos importante, como criadora de novas estruturas ou padrões sociais e formas de artes.

Leonardo da Vinci: uma grande figura criativa

Durante uma visita que fiz à exposição de Leonardo da Vinci em São Paulo recentemente, fui inspirada a pensar como a expressão da espontaneidade sob a forma da criatividade está presente no legado de sua a vida e inúmeras obras.

Trata-se de um grande gênio renascentista do século XIV, nascido na atual Itália, que se destacou em diversas áreas do conhecimento destacando-se com arquiteto, anatomista, filósofo, escultor, escritor, pintor, escultor, engenheiro e tantas outras expertises que a impressão que tive foi a de que passou mais de uma vida para construir tantas coisas e não apenas os 67 anos, sendo considerado por alguns como possivelmente a pessoa dotada de mais talentos a ter vivido.

Durante a exposição fica muito clara a inquietação de Leonardo e para os mais diversos “problemas” do dia a dia, ele usava sua capacidade de observação, muito estudo e muita criatividade para encontrar novas soluções frente a eles.

Alguns exemplos encontrados na exposição: como engenheiro, criou alguns dispositivos de engenharia aérea e outra série de equipamentos utilizados no auxilio a grandes construções como roldanas e polias que diminuíam a forca necessária para deslocamento de grandes pesos.

Como arquiteto militar criando equipamentos que auxiliariam nas guerras, tais como catapultas, submarino, tanque de guerra, um tambor de guerra que simulava um exército bem maior do que era de fato, assustando assim os inimigos.

Como cientista realizou muitos os estudos das proporções do Homem Vitruviano e dissecou mais de trinta cadáveres para seus estudos de anatomia; como artista pintou várias obras, sendo uma das mais conhecidas e estudadas até hoje, a Mona Lisa ou Gioconda.

Genialidade, criatividade e espontaneidade

E como o que foi resumido acima acerca da vida deste gênio se conecta ao tema criatividade e espontaneidade abordado neste texto?

Enquanto seres humanos todos somos dotados de espontaneidade e criatividade, sendo fatores ou fenômenos primários e positivos e que revitalizam nossas vidas.

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Ambos nos chamam a ser protagonistas de nossas vidas, buscando novas saídas ou novas respostas para as situações que nos cercam.

E podemos ver esse modo de passar pela vida como Da Vinci, de forma bela, produtiva, geradora de mudanças da realidade e de um olhar o mundo com novos significados.

Moreno: Criatividade e espontaneidade

De acordo com Moreno, ele fez questão de diferenciar a espontaneidade de outros conceitos, tais como: inteligência, memória, condicionamentos, fatores genéticos, e até mesmo de uma energia psicológica armazenada, como pensada na teoria psicanalítica, devendo ser entendida como um fator ou agente que nos habilita a superarmo-nos, a entrar em novas situações.

Ela nos faz sentir como se o organismo estivesse carregado, estimulado e direcionado para as mudanças estruturais, ou seja, para enfrentarmos novas possibilidades.

Ela surge no inicio da vida principalmente durante o surgimento das necessidades físicas básicas do bebê como: fome, xixi, dor, etc., onde a criança, exposta a novas situações que demandam dela, a todo instante, que busque uma resposta frente às mais diversas experiências.

Para isso, usa a criatividade e o auxílio de seu ego auxiliar (mãe, por exemplo) na vivência destas experiências, aprendendo e respondendo de forma criativa e espontânea com o mundo que a cerca.

Mas com o passar dos anos e ao longo do desenvolvimento infantil, a memória e a inteligência assumem a liderança, e por volta dos três anos, o fator espontaneidade diminui dando lugar a estes dois.

Por volta dos cinco anos retoma a liderar no momento em que a criança começa a firmar-se enquanto ela mesma.

Acontece que na vida adulta, a espontaneidade vira uma função esquecida, submetida aos estereótipos sociais e culturais sob os quais estamos inseridos, o que resulta em que nesta fase o Fator Espontaneidade se torna ainda menor e menos percebido nas respostas que damos frente às situações da vida cotidiana.

Claramente, o exemplo trazido com Da Vinci, foi de alguém que fugiu ao que acontece a grande maioria das pessoas nesta fase, sendo o extremo oposto do que vimos acontecer de acordo com a teoria.

Agora pensando na terceira forma de percebermos a espontaneidade em nossa vida, e citada nos primeiros parágrafos deste texto, como sendo formadora de novas respostas adequadas a novas situações, temos a citação de Moreno:

“(…) O protagonista é chamado a responder com certo grau de adequação, a uma nova situação ou, com certa medida de novidade, a uma antiga situação.”

(Martín)

Ou seja, deve-se buscar uma nova resposta frente a velhas situações ou uma resposta adequada para uma nova situação.

É importante destacar que, espontaneidade não deve ser confundida com “sincericídio”, ou seja, respostas às situações que desconsidera o impacto de suas escolhas sobre si mesmo seu entorno, sendo, portanto, uma forma inadequada de estar no mundo.

E como o psicodrama pode lhe ajudar neste caminho de retomada da espontaneidade?

O extremo oposto seria estar consciente de suas escolhas, renúncias e consequências, de seus padrões habituais de respostas, e enfim, perceber-se como protagonista de sua vida, com todas as implicações que vem no pacote, dentre elas a possibilidade de fazer de forma diferente, espontânea e criativa.

Trabalhando com ela não apenas na dimensão das palavras, mas também com as formas de expressão, de atuação, da fala, do desenho, e tantas outras, visando a co-contrução de respostas mais saudáveis dentro dos papéis com os quais você se apresenta na vida.

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Até a próxima!

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Sobre o autor(a)

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Julyana O. Soares

Psicóloga com formação complementar em Abordagem Corporal na Clínica Transdisciplinar. Facilitadora em programa de desenvolvimento humano. Coach formada na ABPS e em formação como Psicodramatista.
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