É possível diagnosticar bebês, mas não é comum. Sabe por quê?
O nascimento de uma criança costuma trazer diversas emoções. Em alguns casos bons sentimentos e em outros não.
As mudanças já se iniciam com a descoberta da gestação, quando os genitores descobrem que tem uma nova vida sendo formada.
Nesse momento, pode ser que surjam diversas idealizações: qual o sexo, cor dos olhos, da pele, do cabelo, com quem irá parecer, etc.
Após o nascimento algumas respostas já surgem, mas outras irão necessitar de avaliação.
Será que ele tem alguma doença?
Ufa, tudo deu negativo! Meu filho não tem nada e é saudável.
Entretanto, com o passar dos meses alguns sinais vão aparecendo. Para pais de primeira viagem, pode ser muito difícil observar que tem algo diferente.
Alguns artigos científicos trazem a informação de que é possível diagnosticar o autismo desde os 3 meses de idade, mas relatam que os pais costumam observar os sinais a partir dos 6 meses.
Outro dado interessante é que só percebem os sintomas claramente, após o diagnóstico.
Aqui no Brasil a idade média para a descoberta do autismo é a partir dos 6 anos, mais precisamente após a entrada na escola.
Ao dar início a escolarização a criança tem contato com diversos colegas e as trocas sociais fazem parte do desenvolvimento.
Ok, mas como eles sabem quantos meses são necessários para uma avaliação correta?
Boa pergunta! E a resposta é bem simples: vídeos caseiros.
No consultório, quando me aparece uma pessoa com suspeita de estar no Espectro, essa é a primeira coisa que solicito.
Para se fechar o diagnóstico é necessário que os sintomas ocorram antes dos 3 anos de idade.
Com esse recurso visual fica muito mais fácil compreender quais são as características, como se manifestavam, etc.
É muito interessante ver os pais engajados em procurar o que estava de diferente ali e, principalmente, sentir aquele sentimento gostoso de nostalgia.
Quando pensamos em bebês parece surreal a ideia de que os comportamentos deles podem nos contar se é TEA ou não.
Afinal, eles só mamam, dormem e fazem as necessidades fisiológicas, certo?
Não é bem assim. Você que está lendo esse texto já amamentou alguma vez?
No caso de não ter passado por essa experiência, já viu alguém fazendo isso ou ouviu relatos.
Observem que desde que os olhos se abrem há troca de olhares. A partir desse ponto se inicia as trocas sociais.
O ser humano é o único mamífero que faz isso. No caso de recém nascidos com autismo, essa cena de cumplicidade pode não aparecer.
Você percebe que não há nenhuma iniciativa do seu filho interagir com o ambiente.
Os olhinhos costumam não ser curiosos, não se interessam para nada além do seu corpinho.
O único “filhote de mamífero” que sorri ao ver seu semelhante, somos nós.
Já parou para pensar nisso?
Se você conhece alguém com TEA pergunte para a mãe se ele sorria ao olhar para rostos humanos.
Outra característica comum é o silêncio. São bebês que não choram por dor, fome, sede, frio, atenção…
Costumam ser chamados de bonzinhos. E no caso daqueles que tem irmãos, os pais se regozijam com essa tranquilidade.
Esses são alguns sinais clássicos do Transtorno do Espectro Autista, mas apenas com essas informações não é possível fechar um diagnóstico. Por isso, procure uma avaliação profissional.
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