“Há muitos e muitos anos, quando o céu era pertinho da terra, as mães colhiam estrelas para as crianças brincarem e brincando elas construíam seu lugar entre o céu e a terra”.

(Texto Maori)

A palavra criança, do latim “creare”, tem o mesmo radical de onde derivam as palavras criação e criatividade e a palavra adulto, também do latim, “adultus“, crescido, adulto.

A criança é inventiva, investigadora, curiosa e seu encantamento por uma ou mais atividades a conduz a vida adulta criativa, desde que seja valorizada, estimulada e respeitada.

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Logo, se a origem da palavra criança nasce da mesma raiz da palavra criatividade, o que acontece com essa habilidade ao longo da vida?

Se adulto significa crescido, porque a criatividade tende “não crescer” na maturidade?

O encantamento e a curiosidade pela vida podem ter sido deixados em alguma gaveta no armário do desenvolvimento humano, por conta de crenças pessoais, culturais, sociais e religiosas.

As crianças ao longo da história da humanidade foram consideradas, “tábulas rasas”, “folhas em branco” e “adultos em miniatura”, no século XVIII nasce a concepção de infância, trazendo o merecimento à educação e os cuidados ao seu desenvolvimento.

Porém, um longo e árduo caminho ainda existe nos dias atuais, em que o fortalecimento dos direitos das crianças e dos adolescentes é um trabalho diário da sociedade brasileira, do mundo e de cada cidadão.

Diante do cenário atual, em meio a pandemia que assola o planeta, como garantir os direitos fundamentais de crianças e adolescentes?

O mundo mudou em sete meses e as desigualdades sociais cresceram na mesma proporção.

É hora de união humanitária a favor de uma sociedade igualitária, pacífica e fraterna, a vida no planeta depende disso, vamos usar a tecnologia a favor da dignidade humana, participando de movimentos idôneos e pacíficos para o bem comum.

Organizações da sociedade civil, institutos e profissionais de diversas áreas atuam na garantia de direitos de crianças e adolescentes contra:

  • Prostituição e exploração sexual
  • Trabalho infantil
  • Presença em conflitos armados
  • Violência física e moral
  • Desnutrição
  • Preconceito
  • Difícil acesso à educação de qualidade, saúde, lazer, moradia, alimentação, cultura, meios de comunicação, etc.

A Convenção sobre os Direitos da Criança foi adotada pela Assembleia Geral da ONU em 20 de novembro de 1989.

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Entrou em vigor em 2 de setembro de 1990. É o instrumento de direitos humanos mais aceito na história universal. Ratificado por 196 países, somente os Estados Unidos não ratificaram a Convenção.

O Brasil ratificou a Convenção sobre os Direitos da Criança em 24 de setembro de 1990 (UNICEF Brasil).

No Brasil o Estatuto da Criança e do Adolescente, nasce dois meses antes, em 13 de julho de 1.990, referência mundial para garantia à proteção de crianças e ao adolescente, possibilitando avanços, mas os desafios são enormes.

Atuando na educação desde os 18 anos, por escolha, missão e amor sinto, profundamente, que as crianças são bússolas a nos guiar na estrada da vida.

Acolher e cuidar de seus direitos é dever de todos.

Crianças que nos cercam: educandos, sobrinhos, filhos, netos, vizinhos, em situação de rua, abandonadas… e a nossa criança interior dizem muito sobre a forma como estamos vivendo ou passando pela vida.

Adultos, ”crianças adulteradas”, segundo Ruben Alves, são salvas pela criatividade e ludicidade.

Maria Amélia Pereira, a Peo, educadora brasileira dedicada ao desenvolvimento da criança pelo contato com a natureza, nutrição das culturas da infância e brasileira e desenvolvimento integral dos seres, diz:

“ A criança brinca porque se desenvolve, e se desenvolve porque brinca (…). Brincar é a raiz da alegria para a humanidade”.

Maria Amélia Pereira

A doença da miséria, invisibilidade, estresse, preconceito, abaixa autoestima, poder a qualquer custo, tem sua causa na desnutrição da alegria, do brincar, da criatividade, da imaginação.

O mundo de amanhã, compreendendo o amanhã como o próximo minuto de nossa respiração, depende de experiências criativas na infância e ao longo da vida.

Sejamos semeadores de criatividade com crianças, adolescentes, adultos e sobretudo com a nossa criança interior necessitada, às vezes, de cuidado e escuta.

Como semear e nutrir a criatividade?

  • Ouvir a intuição
  • Fortalecer a vontade, pelo senso de missão ou engajamento a uma causa
  • Sentir a alegria que permeia uma atividade prazerosa
  • Coragem para romper o medo e a (auto) crítica
  • Exercitar a compaixão, pela colaboração e trabalho em equipe,
  • Fortalecer seus recursos criativos, pela prática da meditação, por exemplo
  • Apreciar a si e as pessoas, reduzindo a voz do autojulgamento
  • Contemplar a Natureza
  • Ser aprendiz encantado pela da vida em qualquer idade

“(…) Vi que as tardes são mais aproveitadas pelas garças do que pelos homens. Vi que as águas têm mais qualidade para a paz do que os homens. Vi que as andorinhas sabem mais das chuvas do que os cientistas. Poderia narrar muitas coisas ainda que pude ver do ponto de vista de uma borboleta (…)”

– Manoel de Barros

Práticas meditativas para crianças

Deixo sugestão de prática meditativa para inspirar você, sua criança interior e as crianças com as quais convive.

  1. Escolha um local para sentar, confortavelmente, por alguns minutos, você vai cuidar de você e de suas emoções, se desejar ouça música instrumental relaxante.

2. Comece a respirar, suave e naturalmente. Preste atenção ao ar que entra e sai.
Imagine que você está sentada embaixo de um lindo arco-íris, gotinhas de água colorida caem suavemente sobre você, a água é morna… E as cores parecem brilhar…
Ao tocar o seu corpo as gotinhas coloridas se transformam em flores pequeninas, cheirosas…

3. Sente todo o seu corpo leve… O seu coração bate devagar… A respiração é tranquila… Uma sensação de alegria e felicidade começar a nascer bem no centro do coração… E se transforma em raios de luz… Iguais as cores do arco-íris.

4. Você pode sentir que você e o arco-íris são uma coisa só… Então você espalha essa luz para a sua casa, sua família, bairro, cidade, país e para todo o planeta Terra.

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5. Sinta como é gostoso espalhar alegria… Quanto mais você espalha alegria… Mais você se sente alegre.

6. Agora … Você vai voltando.. devagar… Inspire e expire profundamente… Abra os olhos sem pressa, alongue o corpo e observe seu estado físico, emocional e mental.

Abraço carinhoso,
Anna Maria de Oliveira

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