De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos mentais (DSM-5). As disfunções sexuais formam um grupo heterogêneo de transtornos que, em geral, se caracterizam por uma perturbação clinicamente significativa na capacidade de uma pessoa responder sexualmente ou de experimentar prazer sexual.

Ressaltando que um mesmo indivíduo poderá ter várias disfunções sexuais ao mesmo tempo, tendo a necessidade de todas serem diagnosticadas.

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Quais são os principais tipos de disfunções sexuais?

As principais dificuldades sexuais são:

  • Compulsão sexual
  • Ejaculação retardada
  • Transtorno erétil
  • Transtorno do interesse ou excitação sexual feminino
  • Transtorno do orgasmo feminino
  • Transtorno da dor gênito-pélvica ou penetração
  • Transtorno do desejo sexual hipoativo (é a condição em que a libido simplesmente desaparece e surge o desinteresse sexual)
  • Ejaculação precoce
  • Disfunção sexual induzida por substância ou medicamentos
  • Disfunção sexual especificada e disfunção sexual não especificada.

Quais são os subtipos utilizados para determinar o inicio das dificuldades sexuais?

AO LONGO DA VIDA: Refere-se a um problema sexual que está presente desde as primeiras experiências sexuais, podendo ser ou não resultado de estimulações sexuais inadequadas.

ADQUIRIDO: Quando os transtornos sexuais se desenvolvem após um período relativamente normal da função e ou atividade sexual.

GENERALIZADO: Quando se refere as dificuldades sexuais que não se limitam a parceiros, situações ou a certos tipos de estimulações.

SITUACIONAL: Quando se aplica a dificuldades sexuais que ocorrem somente com determinados tipos de parceiros, situações e estímulos.

Quais são os fatores que devem ser considerados na avaliação e no tratamento das disfunções sexuais?

  1. FATORES RELACIONADOS AO PARCEIRO: o estado de saúde, ou problemas sexuais.
  2. FATORES ASSOCIADOS AO RELACIONAMENTO EM SI: Como a falta de comunicação, discrepância no desejo para a prática da atividade sexual.
  3. FATORES RELACIONADOS A VULNERABILIDADE INDIVIDUAL: Como exemplo: má imagem corporal de um dos parceiros, histórico de abuso sexual ou emocional com comorbidade psiquiátrica (casos de depressão, e ansiedade).
  4. FATORES ESTRESSORES: Como a perda de emprego, ou período de luto.
  5. FATORES CULTURAIS E RELIGIOSOS: Inibições relacionadas a proibições de atividade sexual ou prazer, atitudes em relação à própria sexualidade.
  6. FATORES MÉDICOS: Que são de extrema relevância para o prognóstico, curso ou tratamento da disfunção sexual.

Transtorno do impulso sexual excessivo

Você já ouviu falar em Transtorno Sexual Excessivo, também conhecido como Compulsão Sexual?

Pois é, ela é uma das disfunções sexuais mais comum no dia-a-dia das pessoas.

No CID-10 – Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento ela é caracterizada como Transtorno do Impulso Sexual Excessivo.

Incluindo fantasias, masturbações excessivas, o uso e excesso de pornografias, múltiplos parceiros sexuais ocasionais e presença de outros comportamentos sexuais que contribuem para o aumento da intensidade e frequência da compulsão ao longo do tempo.

Vale ressaltar que existe uma grande diferença entre ser compulsivo e gostar muito de sexo. Nem sempre ter uma vida sexual ativa e intensa significa que a pessoa apresenta o Transtorno – Compulsão Sexual.

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A diferença está no controle e na resistência dos pensamentos que a pessoa pode ou não ter. Ter muita libido não caracteriza um transtorno.

Uma pessoa compulsiva não consegue resistir aos desejos e pensamentos que necessitam ser saciados naquele instante, independente de como, e ou com quem. Eles apenas querem saciar os seus desejos.

A Compulsão Sexual é um transtorno psiquiátrico do impulso em que o indivíduo tem pensamentos e atos obsessivos envolvendo o sexo, o que determina tais comportamentos apresentados acima e que está intimamente relacionado à ansiedade e a outros transtornos obsessivos compulsivos também.

O aumento de intensidade e frequência acarretam várias consequências desastrosas na vida do indivíduo com esse transtorno.

Homens e mulheres de diferentes idades podem apresentar quadros e se queixar de impulso sexual em excesso como um problema, e na maioria das vezes como sofrimento e mal-estar.

Estudos apontam que a compulsão sexual, em 95% das vezes, se manifesta em homens e, geralmente, a partir dos 30 anos.

Infelizmente a própria sociedade contribui para que este número aumente cada vez mais, reforçando o comportamento, considerando que o homem deva se dedicar mais ao sexo e a sua própria virilidade. No tocante as mulheres, esse tipo de atitude é menos aceita e reforçada.

Quais são os principais sintomas e comportamentos de uma pessoa que tem compulsão sexual?

De maneira geral, pessoas que possuem o transtorno apresentam algumas queixas e reclamações de comportamentos e pensamentos existentes como exemplo:

  • Dificuldades em manter a exclusividade com o parceiro sexual, seja namorado, noivo ou cônjuge;
  • Dificuldade de pensar e se concentrar em coisas que não estejam relacionadas ao sexo;
  • Traições frequentes decorrentes do tópico anterior, apesar de existir inúmeras tentativas para que isso não aconteça;
  • Atividade masturbatória compulsiva;
  • Busca frequente de novos parceiros sexuais, mesmo sob risco de perder os seus relacionamentos amorosos;
  • Falta de controle da motivação sexual;
  • Ocupam muito tempo e energia buscando sexo, e ou se masturbando;
  • Persistência nos comportamentos sexuais, mesmo sabendo que está se prejudicando;
  • Agir por impulso, sem pensar nas consequências;
  • Dificuldade de perceber que sofre de um transtorno do impulso.

Existe tratamento eficaz para compulsão sexual?

Infelizmente a maneira de pensar das pessoas que possuem a Compulsão Sexual ou o Desejo Sexual Hiperativo é bastante distorcida ainda.

A maioria delas muitas vezes não admitem ter o transtorno, negam os comportamentos, não aceitam a realidade e consequentemente não buscam ajuda.

A vergonha de ser e agir como tal, a vergonha de expor a dependência e a compulsão impede a busca pelo tratamento.

Enquanto se recusarem a buscar ajuda, por causa do medo, ou vergonha não haverá mudança no comportamento.

Pessoas com esse tipo de transtorno, tem dificuldades em assumir e admitir que precisam de um profissional para lhe auxiliar.

Infelizmente só buscarão Psicoterapia e auxílio profissional quando, a compulsão e a dependência começar a trazer sofrimento e causar grandes prejuízos na vida afetiva, amorosa, conjugal, social, e no trabalho.

Os possíveis tratamentos para a Compulsão Sexual se baseiam no acompanhamento em psicoterapia e a prescrição de medicamentos. Alguns antidepressivos auxiliam a retomada do controle sobre os impulsos sexuais.

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A psicoterapia é fundamental para o paciente a médio e longo prazo ampliar os recursos psicológicos para lidar com a questão da impulsividade sexual.

Normalmente, após a busca de parceiros, ou de outros meios de saciar o desejo e a compulsão, ocorre uma ansiedade momentânea da pré-atividade sexual, e após o orgasmo, segue-se uma sensação de culpa, vazio ou mal-estar com bastante frequência.

Nesse caso, recomenda terapia sexual, que se baseia na busca pelo controle do comportamento. Em complemento ao processo terapêutico, geralmente também são administrados antidepressivos, que colaboram significativamente para inibir o desejo.

Quando o indivíduo percebe que tem compulsão, que é dependente, e que não está mais conseguindo controlar as suas vontades e desejos, é extremamente importante que ele entenda quais são as situações que o deixa mais ansioso e, a partir daí, aprenda a lidar com a situação e principalmente que aprenda a se controlar.

Com a psicoterapia ou terapia sexual, é possível tratar a compulsão e lidar com o transtorno, pois, quando se trabalha com o indivíduo as causas psicológicas que geraram esta disfunção, permite que ele ressignifique possíveis traumas e desenvolva um excelente trabalho para diminuir a ansiedade e a impulsividade.

Auxilia também na melhora da qualidade de vida, na conexão entre os parceiros, no aumento da confiança e autoestima, e no bem-estar psicológico.

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