Ansiedade todos nós temos, é um fenômeno natural. Inclusive nós psicólogos não somos imunes a esses eventos.

Taquicardia, sudorese, aquele frio na barriga, agitação psicomotora e preocupações antes de algum evento importante é comum, e até esperado que aconteça.

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Entretanto, quando esses comportamentos aumentam em frequência e intensidade, resultando em prejuízos no nosso dia a dia.

Podemos estar em um processo de adoecimento, ou já adoecidos, e uma intervenção psicológica e psiquiátrica talvez seja necessária para que consigamos entender as relações entre nosso comportamento e o contexto em que eles ocorrem.

A relação comportamento-ambiente

O nosso comportamento é resultado de três pilares: a filogênese, a ontogênese e a cultura. A filogenética diz respeito aquelas características que são inerentes da espécie humana, como comportamentos inatos e reflexos.

A ontogênese é sobre a nossa história de vida, dos eventos que aconteceram conosco, do nosso histórico de aprendizagem. E a cultura fala sobre a sociedade em que estamos inseridos e como ela influencia nosso comportamento.

De todo modo, grande parte dos nossos comportamentos surgem e são mantidos pelas consequências que eles produzem no nosso ambiente.

Se você sente prazer, felicidade ou mesmo sensação de liberdade ao emitir algum comportamento (falar, conversar, olhar, correr, caminhar, trabalhar, estudar), isso pode significar que esse comportamento foi reforçado pelo contexto em que você está inserido.

Por sua vez, uma das características do reforço é o aumento da frequência desse comportamento, ou seja, na próxima vez em que você estiver nesse ou em um contexto semelhante, é provável que você emita novamente o mesmo comportamento.

Mas se o reforço parece ser algo bom, de que maneira isso pode estar associado com uma sensação tão ruim como uma crise de ansiedade?

Comportamentos de fuga e esquiva

Uma característica em comum entre os transtornos de Ansiedade, além das que eu citei acima, são os comportamentos de fuga e esquiva presentes no repertório do indivíduo.

Isso é uma resposta esperada em uma situação aversiva na qual nós nos encontramos. Minutos, horas ou dias antes de uma apresentação importante no trabalho ou faculdade é comum que ocorram alguns sintomas de ansiedade, mas em alguns casos a sensação sentida chega a ser debilitante.

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Nesses casos, comportamentos de fuga ou de esquiva da situação potencialmente aversiva podem ocorrer e, uma vez que ocorrem, é aí que entra o reforço, pela remoção de uma possível punição que poderia ocorrer no ambiente.

Visto que o reforço aumenta a chance de agirmos de forma semelhante no futuro, é provável que essa pessoa sinta novamente esses sintomas e torne a evitar a situação novamente. Por isso um paradoxo: quanto mais eu evito, mais eu tenho que evitar.

Quebrar esse ciclo nem sempre é fácil, e depende muito tanto do repertório de enfrentamento que a pessoa possui, como também do histórico de vida e do contexto atual no qual essa pessoa está inserida.

Algumas das melhores estratégias para enfrentamento dessas situações são a exposição gradual aos estímulos fóbicos, treino de habilidades sociais, a técnica de dessensibilização sistemática e aprendizagem de novos comportamentos (sejam pensamentos ou ações mais concretas).

De qualquer modo, sempre tenha em vista que o auxílio de um profissional pode te ajudar e muito nesse processo.

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