“Ando devagar, porque já tive pressa…” 

Almir Sater e Renato Teixeira

Quantas vezes você já fingiu ser quem não é, por medo de rejeição?

Quantas vezes disse sim, quando queria dizer não?

A necessidade emocional básica de ser aceita, criar vínculos e ser reconhecida pode levar, algumas vezes, ao processo de domesticação, ou seja, fazer o que as pessoas querem ou esperam que façamos.

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O medo de não ser suficientemente boa ou aceita paralisa habilidades, talentos, competências, intuição e criatividade.

A crença de que é melhor evitar atritos, “viver em paz”, ser exemplo de equilíbrio, assimilada ao longo da vida, bloqueia a sabedoria e expressão do posicionamento.

O poder do posicionamento é exercido quando se expressa a capacidade de saber fazer os outros compreenderem onde nós nos colocamos e onde não, o que defendemos, acreditamos e de que forma respondemos por nós mesmos.

Portanto, estabelecer limites claros para si e expressar isso aos demais é o fundamento da arte de dizer sim e não, com objetividade, clareza, respeito e consciência.

Trago um conto de Stella Maria Cleto:

“Em um dia de sol, uma menina de cara sapeca, estava achando que esse dia não era tão ensolarado assim. Ela queria falar muitas coisas, para muitas pessoas, mas tinha receio. Receio de magoar, de não ser entendida. Isso foi ficando embolado, amassado, engasgando dentro dela.

Ela pensava: “ Como posso dizer as coisas, mas sem magoar, prejudicar ou ferir ninguém”? Pensou, pensou, pensou, pensou e nada vinha à cabeça! Como ela pensou muito, ficou cansada. Acabou adormecendo. E ao adormecer, sonhou!

Sonhou com nuvens, vento, balões coloridos voando. Tudo estava leve, gostoso, bem colorido. No dia seguinte, quando acordou, só pensava nos balões. Que lindo! Cheio de cores voando, voando, voando. Foi ai que ela descobriu qual era a solução!

“Vou encher balões com tudo o que eu não posso falar e soltá-los ao vento! Fazendo com que eu fique livre das coisas que me engasgam”.

Correu para pegar bexigas coloridas. Então, ela encheu uma, encheu duas, encheu três, encheu, encheu e encheu… Soltou todas ao vento… Soltou e foi ser feliz”.

Soltar a mente do Juiz interno, da Vítima interna e do sistema de crenças é desejar sair do processo de domesticação, em que a crença do ser boazinha, bonzinho, está arraigada.

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O Juiz interno julga o que pensamos e fazemos sem considerar o que sentimos ou deixamos de sentir.

A Vítima interna aceita a sentença do Juiz e se anula, sente culpa, vergonha e reclama de sua incapacidade diante da vida.

O sistema de crenças interno é o livro da lei, o código que regulamenta a domesticação do Ser.

É preciso coragem para reconhecer, nomear e transformar as crenças limitantes, punitivas, predadoras da potência humana.

Dizer “Basta”, para si mesma é o primeiro passo, do processo de libertação de seu próprio jugo. Pois maior parte das crenças não passam de mentiras alimentadas nós em nossa mente, pela criação de pensamentos de crítica, julgamento, culpa e medo de rejeição.

Deixar o altar da Deusa Maya, a ilusão, e assumir o risco de viver quem se é, reclamar poder pessoal a si. Nada acontece fora, tudo está dentro de nós.

“Aprendemos a viver nossa vida tentando satisfazer as expectativas alheias. Aprendemos a viver pelos pontos de vista de outras pessoas, por causa do receio de não sermos aceitos e de não estarmos à altura do que esperam de nós”. 

Don Miguel Ruiz

Para ser protagonista na vida

  • Comunicação e as palavras são poderes. Criam experiências em sua vida, para encantar e libertar a si e outros, invoca a responsabilidades pelos seus atos sem julgamentos, medos e culpas.
  • Nada é pessoal. Nada do que os outros fazem é motivado por você e sim por eles mesmos. A visão deles é fruto de toda a domesticação que receberam ao longo da vida. Quando levamos algo para o campo pessoal a reação, imediata, é defender o sistema de crenças, o Juiz e a Vítima internos. A metáfora é ser o protagonista, roteirista e diretor do filme da sua vida, que é seu!
  • Não tire conclusões. Quando concluímos algo, sem ponderar com distanciamento, entramos em enrascadas, deduzimos a partir do sistema de crenças, nos apegamos, mentimos para nós e não nos posicionamos sobre o que realmente importa ou se deseja. Ninguém muda ninguém! Reconhecer e deixar os hábitos e rotinas mentais nos ajudar a criar melhor roteiro para o filme da vida, sem gastar energia vital com o que não importa.
  • Fazer sempre o melhor. Sem esperar recompensa. Você oferta o melhor de si porque deseja, não para agradar o Juiz interno ou as pessoas. Soltar o passado (os balões coloridos), viver o presente e criar o futuro a partir do agora.

“Dando o melhor de si, os hábitos de usar errado a palavra, de levar as coisas para o lado pessoal e de tirar conclusões irão se tornando cada vez mais fracos e menos frequentes”. 

Don Miguel Ruiz

Abraço carinhoso

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