A Netflix lançou em Maio a versão brasileira do reality show The Circle Brasil, apresentado pela youtuber Giovanna Ewbank em Londres.

O programa reúne 9 participantes onde são isolados cada um em um apartamento, a única forma de comunicação é através de uma plataforma inteligente chamado The circle.

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Semelhante a uma rede social, no qual os integrantes criam um perfil contendo uma foto e uma descrição sobre a persona, essas informações podem ser verdadeiras ou falsas.

Através dessa rede social os integrantes podem fazer alianças, trocar mensagens no privado, cria grupos, tudo por comando de voz.

A cada rodada os participantes classificam os outros jogadores como mais e menos popular, os dois mais votados ganham títulos de influenciadores e tem como bloquear um integrante e consequentemente ganha a imunidade.

O integrante bloqueado é eliminado, mas antes de sair têm a oportunidade de conhecer um dos jogadores pessoalmente.

O intuito é competir pelo título de popularidade a cada rodada e no final ganhar o prêmio de 300 mil reais.

Se você analisar, não é diferente dos outros grandes reality shows como Big Brother Brasil, Dê férias com ex ou A fazenda. Um grupo de pessoas, competindo por popularidade e por um prêmio em dinheiro.

Diferente dos outros programas em que os participantes se conhecem pessoalmente, esse, a interação é por uma plataforma inteligente, o que possibilita, como o próprio slogan do reality, você ser quem você quiser para ganhar 300 mil reais.

Semelhante as redes sociais que utilizamos, em que as pessoas mentem sobre quem realmente são para ganhar likes, comentários e compartilhamentos.

Existe um mundo de ilusões criado na internet, bem parecido com o The Circle, onde sujeito manipula através de filtros, frases e poses a realidade, na busca de um perfil perfeito e inatingível: uma pessoa sempre feliz, inteligente, bem humorada e fisicamente atraente, para obter likes, popularidade, uma procura incansável por ser alguém que não é, um ideal.

Segundo uma pesquisa da Kaspersky Lab, homens e mulheres tendem a mentir com frequência sobre a aparência física, idade, status social e gostos para serem aceitos nas redes sociais.

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Basta pensar nas pessoas que você tem nas redes sociais, quantas de fato vive a vida da forma que posta, quantas são fisicamente iguais as da foto que publicou ou quantas realmente aproveita a vida como parece.

Quando você publica algo, você realmente publica o que está pensando ou o que gostaria que as pessoas pensassem sobre você?

O reality mostra uma competição em que o mais “perfeito”, se torna influencer e qualquer pessoa diferente disso, pode ser eliminado, através dos votos, ou melhor, através do julgamento dos outros.

O que você supostamente diz, gostar e fazer é motivo para te excluir ou eliminar, assim como na vida real, na qual as pessoas que não fazem parte desse ideal são deixadas a margem.

Ser aceito pelo grupo implica em estar perto desse ideal, por isso todos querem ser influencer, por isso grande parte das pessoas mentem sobre quem são.

Na apresentação do reality, Giovanna inicia dizendo “Até onde você e capaz de ir para ser popular?”, pois o programa desperta os limites de cada sujeito quando estão em busca de poder, se assim podemos dizer sobre fama e sucesso.

As relações por meio da mídia social nos mostram a dificuldade de aceitação das pessoas de quem realmente elas são, das imperfeições, pois somos todos diferentes, esse ideal não é real.

É uma construção social que dita como as pessoas devem ser e agir. Talvez tomar consciência dos nossos comportamentos nas redes sociais promova autoconhecimento de quem somos e o que buscamos.

Ser diferente pode promover novas experiencias e novos aprendizados, não deveria ser motivo de exclusão.

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