“Puxa, por que eu não comecei antes?!?”
Essa é uma frase que ouvi de um paciente durante o atendimento de Pilates. Frase que me marcou e eu não esqueci.
Segundo o Estatuto do idoso, com 60 anos ou mais considera-se o indivíduo idoso. E no Brasil temos mais de 28 milhões de idosos, com previsão de aumento nas próximas décadas, segundo IBGE.
Envelhecer é um processo da vida, do qual ocorre várias mudanças, assim como na infância, adolescência e a maturidade.
A fase do envelhecimento possui dois aspectos, sendo eles a senescência, o qual o corpo passa por alterações decorrentes de processos fisiológicos, que não caracterizam doença, por exemplo o surgimento dos cabelos brancos, o aparecimento de rugas, que são alterações que não apresentam sintomas e nem interferem no estilo de vida.
Já a senilidade, abrange as condições que afetam o indivíduo baseados em mecanismos fisiopatológicos, como Alzheimer e hipertensão arterial que requerem uma abordagem e tratamento.
Mas a palavra envelhecer, não significa ter uma vida inativa.
Ao contrário, é manter o controle das tarefas do dia a dia e do próprio corpo, abraçar novos desafios, realizar desejos e possuir uma mente saudável e é neste ponto que queremos chegar no texto de hoje.
Como você vê a velhice?
A velhice é um processo de alterações biológicas e funcionais que acontece de forma natural e gradual, e que pode apresentar fragilidade em idosos que tem uma saúde mais debilitada ou possuem um estilo de vida que agride a saúde física.
O fator social também interfere no ritmo de vida do idoso, como a jornada de trabalho reduzida parcialmente ou totalmente, o convívio junto a família e na sociedade.
Muitas pessoas temem chegar na velhice, talvez por uma situação instável, outras por abandono, por uma incapacidade física, entre outros fatores.
E podemos dizer que a capacidade funcional do idoso está conectada com a relação de autonomia e qualidade de vida.
Com o acelerado aumento do índice de envelhecimento, os idosos são um grupo alvo de risco para a depressão e o suicídio.
Estudos de 51 casos de suicídio de idosos, realizados em 10 cidades brasileiras, através de autópsias psicológicas concluíram que doenças graves, transtornos mentais, depressão, conflitos familiares e conjugais são as principais causas.
Não apenas a aposentadoria, que por sua vez coloca o idoso em situações de sobrevivência precária, mas o isolamento social, a falta de projeto de vida, a vontade de reviver o passado, perda de entes queridos, a mudança forçada de domicílio, podem desencadear quadros preocupantes e que merecem atenção de profissionais.
Quem não quer ter uma velhice ativa e feliz?
Se preparar para esse momento da vida é importante. A rotina que adotamos no nosso dia a dia irá interferir lá na frente.
Criar uma alimentação equilibrada, é um ótimo recomeço, livre de vícios que prejudicam a saúde.
Participar de grupos. Ele permitirá a interação com outras pessoas, compartilhar pensamentos, sentimentos e idéia. Diversas oficinas são uma ótima escolha, aprender algo novo ou mesmo ensinar outras pessoas.
Inserir a atividade física. Entre as alterações já apresentadas, a instabilidade postural que ocorre pelas alterações do sistema sensorial e motor, leva a maior tendência a quedas.
A prática de exercícios, conduzidos por um profissional capacitado, melhora os reflexos, a capacidade funcional, força muscular, flexibilidade, equilíbrio, coordenação, atenção, memória, combate a ansiedade promovendo mais confiança e menos riscos de quedas, bem como bem estar físico e psicológico.
Manter os exames rotineiros em dia, e já enfatizando um de nossos trabalhos na fisiotetapia, ser orientado quanto ao melhor posicionamento mobiliário em casa e dispositivos auxiliares para segurança irão beneficiar e facilitar a autonomia do idoso.
Por tanto, manter a mente ativa e disposta a conhecer o novo e socializar faz muito bem.
Chegar nesta fase, requer cuidados nas fases anteriores. Não se descuide.
Envelhecer sim, mas com uma saúde e autonomia.
Você já se exercitou hoje?
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