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Você já parou para pensar sobre a sua relação com a comida?

A comida pode oferecer a sensação de alívio imediato e falsa sensação de equilibro emocional.
Você já parou para pensar sobre a sua relação com a comida

A relação com a comida é muito mais profunda e complexa do que imaginamos.

O ato de se alimentar é muito mais que nutrir o corpo físico, simbolicamente a comida também representa também afeto, uma forma de expressar o que você sente pelo outro ou por você mesmo.

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Rotineiramente percebemos comida e emoção de forma separadas, sem pensar que pode haver alguma relação entre elas.

No entanto, é comum utilizarmos a comida em um momento de comemoração, como recompensa ou agrado.

Você deve estar se perguntando agora: ok, mas qual o problema de comer em situações como as citadas acima?

Qual a relação entre comida e emoção?

De fato, não tem nenhum problema em comer quando se conquista algo que desejava muito ou quando sente algum desconforto.

É importante lembrar que a ingestão de alimentos deve ocorrer principalmente para saciar a fome fisiológica, para atender as necessidades mais básicas do nosso corpo e garantir o bom funcionamento dos órgãos vitais.

Quando a ingestão de alimentos na maior parte do tempo ocorre a partir de reações emocionais, como por exemplo, viver uma situação que remete a um sentimento de solidão, pode ser um gatilho emocional, que leva a comer por emoção.

Neste caso, a comida entra para preencher um vazio emocional e não a fome fisiológica.

Nem sempre o comer emocional está relacionado com uma emoção negativa, como a tristeza, raiva, solidão, tédio e etc.

Você já parou para pensar sobre a sua relação com a comida?
Foto by Freepik

Emoções positivas como alegria ou excitação também podem servir de gatilho para o comer emocional, ou seja, pode-se pensar que emoção desregulada pode ser um motivador para hábitos alimentares não saudáveis.

Muitas vezes, sem perceber usamos a comida como única fonte de prazer e recompensa, ora ela ocupa o lugar de premiação, quando algo muito importante é conquistado.

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Ora pode ser um conforto para uma situação de desprazer, já em outro momento, pode ser uma autopunição para algo que julgamos ser errado ou uma forma de fugir da realidade que não queremos enfrentar.

Como visto, quando se tem pouco conhecimento de como lidamos com as nossas emoções, fica difícil de usa-las de forma funcional.

Usamos poucos recursos emocionais para lidar com isso, e a comida entra como algo externo, que dá a sensação de alívio imediato e falsa sensação de equilibro emocional.

Esse tipo de comportamento alimentar faz emergir sentimento de culpa, arrependimento, vergonha e sensação de fracasso, principalmente quando se faz dietas especialmente as mais restritivas.

Outro problema desse tipo de relação com a comida é que isso pode interferir na escolha alimentar.

Quando se come para atender uma necessidade emocional, a tendência é escolher alimentos com maior teor de gordura e açúcar.

Isto ocorre porque esses alimentos quando digeridos, liberam substâncias que proporcionam maior sensação de prazer e alívio.

Mas calma, “comer emocional” não é errado!

Até certa medida o comer emocional é importante e tem uma função histórica, social e cultural.

Afinal de contas a comida diz muito sobre nossa origem, a história de uma família e sobre os afetos, como dito no início.

Existem receitas que são verdadeiras heranças de família, aquele prato saboroso que tem em toda reunião familiar, ou aquele bolo que só a avó, mãe ou tia sabe fazer.

Além disso, você só partilha uma refeição ou alimento, mesmo que seja um cafezinho com pessoas que você tem algum afeto.

É importante aprender a gerenciar as emoções

O comer emocional pode ser prejudicial quando ocorre um aumento na frequência e a comida ocupa o lugar de única fonte de prazer, impedindo que você entre em contato com suas emoções.

Neste caso, é importante aprender a gerenciar as emoções de forma funcional.

Mas isso não é uma tarefa fácil, pois exige que você enfrente de forma direta seus desafios diários, exige mudança de comportamento e um mergulho profundo em si mesmo.

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Para desenvolver um comportamento alimentar mais saudável e comer de forma consciente, é importante aprender a diferenciar a fome fisiológica da fome emocional.

Você já parou para pensar sobre a sua relação com a comida?
Foto by Pexels

Primeiro observe as reações do seu corpo, estômago roncando, falta de energia, tempo entre as refeições, diferencie também fome de sede e preste atenção nas suas escolhas alimentares.

Quando for fazer alguma refeição, experimente utilizar os 5 sentidos (tato, olfato, visão, audição e paladar).

Sinta a textura do alimento, na mão quando possível e na boca, observe a mudança de textura com a mastigação, preste atenção no gosto, no cheiro e na aparência dos alimentos.

Evite distrações durante as principais refeições, deixe as funções cerebrais focadas apenas nesta função, saboreie os alimentos, coma devagar e procure fazer as refeições em ambiente limpo e organizado.

Se for comer por emoção, faça isso de forma consciente, se possível tente nomear e acolher seus sentimentos, coma sem culpa, com moderação.

E, busque ajuda de um profissional de saúde quando perceber que a única forma de lidar com emoções está relacionada com a comida, ou seja, a comida como única fonte de prazer.

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Sobre o autor(a)

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Gisele Vilella

Psicóloga clínica (CRP 112.683), com aperfeiçoamento em psicologia aplicada a nutrição e mestrado em Ciências pela Unifesp. Coautora do livro: A arte de ser mulher e do artigo científico: Apoio social e qualidade de vida.
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