Para entendermos a não binariedade é necessário que possamos entender a construção social de gênero existente e reconhecer que, ao falarmos sobre identidade de gênero, existem diversas formas da pessoa construir e perceber a sua própria identidade.

Essa identidade pode ser desde uma pessoa cisgênero – gênero de acordo com o designado ao nascer – até a construção de uma identidade transgênero – gênero diferente do designado ao nascer.

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Uma pessoa transgênero se distancia do padrão cisgênero, podendo estar dentro de um binário de homem/mulher, identificando-se como uma pessoa transexual binária ou travesti, ou para além disso enquanto uma pessoa não-binária, ou seja, sua identidade de gênero não estará de acordo com o padrão social de homem/mulher.

A não binariedade é um termo guarda chuva que engloba várias formas de identificar e  expressar o seu gênero, como:

  • Gênero fluido
  • Neutro
  • Agênero
  • Bigênero
  • Demigênero
  • Andrógine
  • Maverique entre outras formas.

O importante dentro da construção psíquica de uma pessoa não binária  acontece a partir do momento em que a pessoa compreende que existe algo além do gênero com que se identifica.

Muitas vezes perceber o quanto se entende diferente de todo o padrão cisgênero que nos é imposto desde a gravidez em que já existe uma idealização do filho/filha ideal, onde existe uma construção de que o gênero estará de acordo com o sexo nomeado (menino vai gostar de azul e jogar bola, menina vai usar rosa e ser mãe).

MAS E A REAL IDENTIDADE DA PESSOA?

É neste momento em que a não binariedade torna-se uma possibilidade!

A construção psíquica da não-binariedade
Pexels

A construção cisnormativa é algo muito forte e presente na constituição da pessoa desde antes do seu nascimento e isso irá se estender ao longo de sua vida.

Entender-se enquanto não binário é um processo complexo, onde primeiro é preciso desconstruir o conceito do padrão cisgênero, perceber-se enquanto uma pessoa transgênero.

E, compreender que é possível ser não binário. Por fim, ir construindo de quais formas é possível erguer uma identidade e expressar o seu gênero.

A compreensão psíquica fora do binário demanda um entendimento de si dentro de um complexo no qual tudo aquilo que se aprendeu desde o nascimento não faz mais sentido.

Essa compreensão traz marcas e pensamentos de encontrar-se em um local onde a sociedade irá julgar o diferente e irá trazer mudanças bruscas para si.

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Ser uma pessoa transgênero na sociedade em que vivemos é se preparar para lidar com sofrimento e violências que constantemente vemos pelas redes sociais e mídia.

Não é simples perceber-se neste local e não vir carregado com inseguranças e medos.

Estar na não binariedade é um processo em que a pessoa se permite conhecer e entender como o externo pode expressar toda a identidade de gênero que está interno.

É entender de quais formas é possível SER em meio a uma sociedade transfóbica e violenta.

É construir novas redes de apoio e estar constantemente lidando com seus sentimentos para compreender todas as possibilidades de ser ao longo dos dias.

Comentários

  • Silvia Brezzi
    Responder

    Primeira vez que estou por aqui! Parabéns pelo trabalho sério e respeitoso como esses temas merecem. Somos todos um! Cuidar do Ser é responsabilidade de todos nós!!!

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