Sabemos que a LGBTfobia é, infelizmente, muito comum e frequente no Brasil e muitas vezes em que ocorre este tipo de violência.

Acredita-se que seja apenas de forma física, através de agressão ou até assassinatos, ou quando acontece de forma verbal seja através de palavras pejorativas, xingamentos ou ameaças.

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Contudo, é preciso expandir esse olhar para outras formas veladas de LGBTfobia.

No ambiente de trabalho é mais comum vermos uma violência verbal através da prática da LGBTfobia de maneira velada, onde o autor da violência pode alegar que não sabia/não tinha a intenção de ser LGBTfobico utilizando-se de “brincadeiras” e “piadas” em relação à orientação sexual ou identidade de gênero da pessoa.

Estas formas de violências podem ser classificadas enquanto violência psicológica no trabalho, onde se caracteriza por ameaças, rejeição, depreciação, discriminação, humilhação, desrespeito ou aplicações de punições exageradas.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), considera-se violência no trabalho aquelas ações, incidentes e comportamentos que não podem ser avaliadas enquanto condutas razoáveis, dentre as quais estão: atacar, prejudicar, degradar ou ferir a pessoa no seu espaço de trabalho – ou em seu trajeto, seja de forma física ou psicológica.

E considera-se enquanto LGBTfobia quando têm teor ou possui como motivação a identidade de gênero ou orientação sexual da vítima.

Podemos perceber a LGBTfobia no ambiente corporativo desde o momento do recrutamento e seleção de candidatos, em que alguns processos seletivos possuem certos “perfis mais adequados” para a vaga, onde se baseiam em perfis que se encaixem no padrão cisnormativo – padrões comportamentais condizentes com o sexo designado ao nascer.

A partir da foto no currículo ou no momento da entrevista esta seleção já acontece, descartando todes que não estão neste padrão por mais que possua as qualidades e requisitos para a vaga.

Um grande exemplo disso é perceber quantas pessoas transgêneres são contratades para trabalhos formais.

Uma forma de avaliar isso é percebendo como são as pessoas que já estão na empresa: há pessoas assumidas?

Só por serem assumidas não é um sinal de que a empresa é um local sem LGBTfobia, é extremamente necessário verificar se estas pessoas se sentem confortáveis e seguras para conversar abertamente sobre a sua sexualidade.

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Até por conta de medo e receios, algumas pessoas escolhem por não se assumir para os colegas de trabalho e evitar qualquer tipo violência.

E como um ambiente organizacional LGBTfobico pode influenciar na saúde mental?

O ambiente organizacional possui diversas formas de influenciar o trabalhador, em um ambiente funcional e saudável pode trazer mais produtividade, equipe unida, coesa e consequentemente a permanência do funcionário no trabalho gerando resultados.

Assim como em um ambiente disfuncional e não saudável pode gerar menos produtividade, conflitos, competições e menos resultados para a empresa.

Para além dos malefícios a esta, a saúde mental do funcionário é extremamente importante e possui influencias significativas em sua vida.

Possuir um trabalho, seja formal ou informal, é um meio para que seja possível uma forma de conviver e sustentar a vida em sociedade.

O ambiente de trabalho pela extensa carga horária é o local em que se passa grande parte do dia-a-dia, logo um ambiente saudável é crucial pra que a saúde mental dos trabalhadores também se mantenha saudável.

Por ser uma forma de buscar sustento, muitas pessoas necessitam se manter empregadas, mesmo que seja em um ambiente lgbtfóbico.

No entanto as diversas consequências disto leva para um desenvolvimento de transtornos mentais como a depressão, ansiedade, síndrome de burnout, transtorno de pânico, dentre outras.

É necessário que se possua um olhar delicado para como o ambiente de trabalho esta sendo saudável.

Apenas a contratação de uma pessoa LGBT não é sinônimo de estar diversificando o quadro de funcionários ou de a empresa apoiar a causa, é necessário fazer um trabalho para que o ambiente seja de fato acolhedor e inclusivo desde o clima organizacional da empresa, passando pela convivência entre os funcionários até um atendimento humanizado à clientes LGBTs.

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