Em março de 2020 as escolas da cidade onde moro (e também do restante do país) recebiam o comunicado de que as aulas presenciais seriam suspensas devido à pandemia do novo coronavírus (COVID-19) anunciando mudanças e desafios na aprendizagem.
Essa doença que teve seus primeiros registros no continente asiático, mas que se espalhou rapidamente para outras áreas do globo.
Com isso, o processo pedagógico precisou ser repensado às pressas, pois ninguém estava preparado para um modelo à distância nos ensinos infantil, fundamental e médio.
Até mesmo para o ensino superior as alterações não foram tão fáceis.
Na realidade, as unidades de ensino nunca pararam: pelo contrário, num ritmo frenético os funcionários da educação precisaram repensar táticas para atender a clientela.
Novas ferramentas e adaptações
De modo que os estudantes tivessem acesso aos conteúdos, pudessem realizar as atividades, acompanhar a explicação dos professores e com tudo isso construir conhecimento.
Obviamente, o processo passou por mudanças e desafios na aprendizagem em busca por ferramentas pelos educadores, que investigaram, testaram, também aprendendo a dominar os recursos da tecnologia que muitas vezes anteriormente nunca tiveram familiaridade.
Adaptar textos e exercícios, procurar links de vídeos e assisti-los horas e horas para escolher os mais viáveis para o propósito, gravar e editar aulas, usar o Google Meet, navegar pelo Google ClassRoom deixando lembretes, correções…
Esclarecer as dúvidas pelo Whatsapp (dentro e fora do horário de serviço, inclusive à noite, finais de semana e feriados), responder aos emails, conferir as dezenas de fotos enviadas das tarefas concluídas (algumas vezes com baixa resolução, letras não legíveis).
Essas foram algumas das inserções. Do outro lado, crianças e adolescentes precisaram igualmente se acostumar ao formato.
Tal modelo exige complemento na disciplina, foco e autonomia para cumprir os horários, pesquisar, perguntar demonstrando interesse e confirmando a participação.
Posturas elementares que requerem organização e iniciativa, além de acesso aos recursos básicos.
Os responsáveis também precisaram se envolver ainda mais, estimulando, conferindo, assistindo junto, ajudando mais na resolução das tarefas.
Muitos reconheceram, inclusive, a complexidade de se acompanhar mesmo com poucos tutelados.
Recursos digitais: mudanças e desafios na aprendizagem
Imaginando como é atender diariamente tantos alunos, turmas com média de 35, 40 matriculados, cada um com suas características, ritmos, interesses, facilidades e dificuldades, históricos e enfrentamentos.
O que está em jogo não é somente a aprovação para o próximo ano letivo, o mero preenchimento dos boletins ou o cumprimento dos itens dos currículos.
Os professores e equipe gestora lutam para que o aprendizado seja efetivo.
A interação acaba não sendo muitas vezes a mesma e até mesmo o empenho porque o professor não está ali ao lado chamando a atenção e frisando para que concluam as lições de minuto em minuto, passando entre as carteiras.
Ou seja, é concedido maior controle aos próprios alunos, que se conscientizar para não deixarem a distância de fato ocorrer.
Abrir as câmeras, ligar o microfone quando solicitado, ler previamente o conteúdo, deixar os cadernos em ordem, fazer as correções em conjunto, entrar nos encontros síncronos no horário marcado, compartilhar o que compreenderam.
A quarentena ultrapassou o tempo previsto. Vários municípios decidiram que as aulas remotas continuarão até o término desse ano.
Lecionar com carinho e dedicação sem dúvida é missão
Portanto, professores continuam a se concentrar para cumprir os afazeres didáticos, esperando que a recíproca por parte dos estudantes seja verdadeira.
Entretanto, sabemos que muitos estão passando por dificuldades ligadas à epidemia, como perdas de entes queridos e o desemprego.
Dentro do possível, com respeito, diálogo e acolhimento a escola pode oferecer assistência.
Que consigamos dar as mãos e ter calma para passarmos por esse momento delicado da história.
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