Falar de sexo nas rodas de amigos, no momento de algum filme, novela, e nos momentos de descontração tem se tornado algo possível de fazer nos dias atuais.
Porém, falar da própria sexualidade muitas vezes ainda é uma tarefa difícil.
Muitas pessoas ainda acham que ao falar de sexualidade estamos falando diretamente do sexo, mas é importante ressaltar que existe diferença entre os significados dos termos.
Sexo refere-se à definição dos órgãos genitais, masculino ou feminino, podendo ser compreendido também como a definição do ato sexual, enquanto que o conceito de sexualidade está diretamente relacionado a tudo aquilo que somos capazes de sentir e expressar.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o conceito de sexualidade é definido da seguinte forma:
“A sexualidade faz parte da personalidade de cada um, é uma necessidade básica e um aspecto do ser humano que não pode ser separado de outros aspectos da vida. Sexualidade não é sinônimo de coito (relação sexual) e não se limita à ocorrência ou não de orgasmo. Sexualidade é muito mais que isso, é a energia que motiva a encontrar o amor, contato e intimidade e se expressa na forma de sentir, nos movimentos das pessoas, e como estas tocam e são tocadas. A sexualidade influencia pensamentos, sentimentos, ações, e interações e, portanto, a saúde física e mental. Se saúde é um direito humano fundamental, a saúde sexual também deveria ser considerada um direito humano básico.”
(WHO TECHNICAL REPORTS SERIES,1975)
É necessário compreender também que tudo o que sentimos e vivemos acontece no nosso corpo, sendo impossível separar a sexualidade do corpo ou pensar no corpo sem considerar a sexualidade.
Infelizmente abordar temas da sexualidade no âmbito familiar, nas escolas, e instituições que cercam o desenvolvimento humano, ainda tem sido um assunto delicado, de debates polêmicos e acalorados.
Essa dificuldade encontrada, contudo, não se restringe às pessoas comuns, boa parte de profissionais da saúde, não estão preparados e não se sentem à vontade para abordar questões relacionadas a sexo e a sexualidade humana.
Estudos demonstram que crenças distorcidas e mitos sobre o que seria um padrão de funcionamento sexual “normal” são de extrema relevância para o surgimento dos estudos das causas das disfunções sexuais.
Para que o assunto da sexualidade seja abordado pelo profissional é necessário que tenha conhecimento do tema, esteja atento à maneira como as pessoas pensam sobre o assunto, e permitir que ele seja abordado no seu próprio ritmo.
É essencial também que o profissional saiba acolher os sentimentos, e os comportamentos singulares dos ouvintes para adquirir confiança, segurança e leveza quando conversam sobre o assunto.
Vale ressaltar de modo geral que, algumas pessoas sexualmente disfuncionais, apresentam dificuldades em habilidades sociais e de comunicação principalmente quando o assunto está relacionado à sexualidade e própria vida sexual.
Nestes casos é interessante procurar melhorar a comunicação, utilizar estratégias específicas voltadas para o estabelecimento de diálogos construtivos e aquisição de conhecimento sobre o assunto.
Estimular leituras, conversa entre casais, amigos, alguém de confiança, a busca de informações, descobertas e compartilhamentos das preferências sexuais tem sido uma excelente estratégia para lidar com a dificuldade de falar sobre sexo e sexualidade.
Desta forma é possível adquirir maior confiança em expressar as necessidades, aprender lidar com conflitos e desenvolver flexibilidades e habilidades sexuais próprias.
É extremamente importante destacar que a desinformação sobre a sexualidade normal pode favorecer o surgimento e o desenvolvimento de transtornos sexuais, se estiver acompanhada de outros fatores determinantes e desencadeantes.
Fazendo-se clara a necessidade de diálogos e reflexões sobre alguns conceitos.
A educação sexual deve ter como objetivo primordial orientar a melhor maneira de se obter uma vida sexual saudável com enfoque no crescimento e no desenvolvimento humano.
Para adquirirmos maturidade suficiente, e assim, fazermos escolhas, assumindo responsabilidades para viver naturalmente a sexualidade.
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