Para muitas mulheres com TDAH, os relacionamentos abusivos representam uma armadilha emocional que parece não ter saída.
A complexidade do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), caracterizada pela desatenção, impulsividade e disforia sensível à rejeição (DSR), torna essas mulheres mais vulneráveis à manipulação emocional, à culpa constante e ao isolamento.
Como a disforia sensível à rejeição (DSR) agrava a vulnerabilidade em relacionamentos?
A disforia sensível à rejeição (DSR) é um dos aspectos mais desafiadores e menos compreendidos do TDAH.
Ela se manifesta como uma resposta emocional extremamente intensa a qualquer sinal de rejeição, crítica ou desaprovação.
Essa hipersensibilidade à rejeição pode ser desencadeada tanto por eventos reais quanto por percepções subjetivas, dificultando ainda mais a navegação em situações sociais e profissionais.
A dinâmica da DSR em relacionamentos abusivos
Em relacionamentos abusivos, a DSR se torna um ponto frágil e explorado pelo parceiro abusivo.
Qualquer crítica é suficiente para desencadear culpa e um esforço para agradar, criando uma posição de submissão constante.
O mascaramento de dificuldades por parte da mulher com TDAH agrava essa dinâmica, levando à exaustão emocional e à depressão.
Impacto do TDAH e da DSR na autoestima e no isolamento social
A DSR também afeta a percepção que essas mulheres têm de si mesmas.
Frases internalizadas como “eu não sou boa o suficiente” reforçam o ciclo de autossabotagem e tornam o isolamento social mais provável.
Esse isolamento contribui para aumentar a dependência emocional do parceiro abusivo.
Como lidar com a DSR e sair do ciclo de abuso?
É essencial que as mulheres com TDAH recebam apoio especializado, como terapia cognitivo-comportamental (TCC), que ajuda a desenvolver estratégias para lidar com rejeições de forma mais saudável.
Além disso, compreender o ciclo do abuso e as táticas de manipulação é um passo importante para quebrar esse ciclo.
O estigma em torno do TDAH e suas consequências
A sociedade frequentemente banaliza os sintomas do TDAH, reduzindo o transtorno a “preguiça” ou “falta de disciplina”.
Essa visão estigmatizante cria barreiras para que mulheres busquem diagnóstico e tratamento, limitando as possibilidades de superar desafios e reduzir vulnerabilidades.
A importância de grupos de apoio e diagnóstico adequado
Grupos de apoio são ferramentas poderosas para criar redes de acolhimento e troca de experiências.
Além disso, profissionais capacitados são essenciais para identificar corretamente o TDAH em mulheres e oferecer tratamentos adequados.
Desafios no ambiente de trabalho para mulheres com TDAH
O TDAH e a DSR geram dificuldades no trabalho, como lidar com prazos e pressão, frequentemente levando ao autossabotagem.
A miopia temporal, característica do TDAH, também dificulta o planejamento de mudanças, como sair de um relacionamento abusivo.
Caminhos para o empoderamento e recuperação
A conscientização e o suporte especializado são essenciais para que essas mulheres compreendam que o TDAH não define seu valor e que abuso nunca é justificável.
O apoio da família e a educação sobre o transtorno são fatores cruciais nesse processo.
O papel da família na superação do abuso e do TDAH
Famílias que entendem o TDAH podem criar um ambiente de acolhimento, ajudando a mulher a desenvolver estratégias para lidar com suas dificuldades e encontrar forças para buscar uma nova vida.
Referências:
– Pacheco e Silva, A. C. (2019). Terapia Cognitivo-Comportamental no TDAH Adulto: Abordagem Integrativa e Psicossocial.
– Barkley, R. A. (2019). Assumindo o Controle do TDAH: Guia Completo para Pais.
– Silva, G. M. (2018). É Você, Eu, ou o TDAH Adulto? Superando os Desafios dos Relacionamentos com Alguém com Déficit de Atenção
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