Olá a todos,
Hoje quero comentar o filme “As pontes de Madison”, que discute o que é felicidade na relação afetiva, busca de significado e identidade.
Após a morte de Francesca Johnson, uma proprietária rural do interior do Iowa, seus filhos descobrem, através de cartas que a mãe deixou, do forte envolvimento que ela teve com Robert, fotógrafo da National Geographic, quando a família se ausentou de casa por quatro dias.
O marido Richard cuida da fazenda, provê o sustento da família, mas tem uma vida muito simples.
Ele não percebe a importância que Francesca atribui às demonstrações de afeto, falar “bom dia!”, dar um beijo.
A família se reúne para as refeições e quase não conversam, não manifestam afeto.
Francesca sente a sua vida como ‘rotina’, acha que todos os dias serão sempre iguais, mesmo nos 4 dias em que o marido e os filhos estarão fora.
Quando Richard pergunta o que ela vai fazer esses quatro dias, ela responde: “As mesmas coisas de sempre, só que com menos ajuda”.
Os filhos também assimilam esse modelo do pai de não manifestar afeto (não falar “bom dia!”, não dar beijo, não falar o que sente, não perguntar o que o outro está sentindo), e possivelmente isso tenha sido um fator de fracasso em seus respectivos casamentos.
A descoberta
As cartas da mãe, relatando a paixão intensa, a sensualidade, teriam feito os filhos questionarem seus próprios casamentos e passaram a mudar de comportamento, falando mais com os parceiros, demonstrando afeto, perguntando mais para o outro.
O marido Richard é um homem simples, de fazenda, acostumado com a rotina da vida rural, não tem luxo, entende que a ‘felicidade’ está no provimento do sustento, conforto.
Robert é cosmopolita, viajante, não está acostumado com rotina, com estabilidade, não iria aceitar as exigências de Francesca de “chegar em casa”;
Francesca sempre teve a vida simples, Robert despertou nela a sensualidade que ela não sabia que tinha, mas percebe que é o encantamento da novidade.
Pois, ela não iria aceitar essa vida ‘aventureira de Robert, e por isso decide ficar em casa com o marido e filhos.
Pais e filhos: grandes dilemas se repetem?
Destaque para a os posicionamentos inicialmente antagônicos dos filhos
Michael se identifica com o pai, se sente ‘traído’ pela mãe, como se o ‘adultério’ tivesse ocorrido com ele.
Fala: “quando se é filho único, pensa-se que a mãe não pode desejar outra pessoa, porque tem você”.
Caroline se identifica com Francesca, começa a descobrir a sensualidade feminina que ficou durante anos escondida em uma relação rotineira com o marido.
Observem as mudanças de roupas de Francesca quando está com o marido Richard e quando passa os 4 dias com Robert.
Quando está com o marido, as roupas são simples, vestidos sem nenhum atrativo, quase sem cor para passar os 4 dias com Robert ela compra um vestido novo, deslumbrante!
Francesca também é “feliz” junto com o marido Richard.
Sempre se acostumou à vida simples.
Mesmo depois da convivência de 4 dias com Robert (reacendendo uma sensualidade que nem ela achava que tinha), ela procurou guardar isso para si.
Voltou à convivência com o marido que sempre lhe proporcionou momentos felizes, e ela cuidou dele até a morte dele.
Uma experiência marcante e inesquecível
Francesca viveu com Robert uma relação de qualidade, não importando a duração de somente 4 dias.
Eles nunca conseguiram se esquecer, tanto que ele deixa todos os bens pessoais para ela como testamento, inclusive a cruz com o nome dela que ela havia lhe dado.
O livro com fotos do local é dedicado a ela. O que nos faz refletir que o importante é a qualidade da relação, é isso o que levamos para o resto de nossas vidas.
É isso, espero que tenham apreciado o artigo, e tenham a oportunidade de (re-)ver o filme.
Até o próximo artigo!
Cuidem-se! Vai passar! Enquanto isso, aproveitem para ver esse filme e postem comentários ok?
Fime: “As pontes de Madison”
Direção: Clint Eastwood
Elenco: Clint Eastwood, Meryl Streep, Annie Corley.
Nacionalidade: EUA.
Gênero: Drama/romance.
Duração: 2 h 15 min.
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