“As cidades estão vazias como nunca estiveram. Todo mundo tem medo do que sopra ao vento. Os planos que todos nós tínhamos. Todos foram pelo ralo. Nossas vidas foram adiadas. Mas eu sei que no final ficaremos bem. Estamos juntos como um”.
Esse trecho é de uma música, escrita por Cristóvam, português, que descreve como está sendo esses dias de isolamento e talvez as próximas semanas.
Também relata as angústias que todos sentem e as mudanças que ocorreram na forma como as pessoas se relacionam.
Esse período está sendo de grande turbulência na rotina, nos hábitos e no contato social.
Primeiro houve mudanças nas condições de trabalho, alguns continuam enfrentando transporte e exercendo suas atividades “normalmente”, apesar do medo e utilizando medidas de proteção, seja por trabalhar na linha de frente ou por não ter condições de paralisar.
Outras pessoas aderiram o home office e estão trabalhando ainda mais. Mas não foram todos que tiveram essa oportunidade de escolha e ficaram ou já estavam desempregadas.
Para a galera que estava iniciando a carreira não foi diferente e restou aguardar.
Foi necessário mais rigor nos hábitos de higiene, lavar as mãos com mais frequência, passar álcool em gel, principalmente se houver contato com outras pessoas e utilizar máscaras em lugares públicos.
As atividades sociais foram paradas ou transferidas para o mundo virtual.
Frequentar bares, academias, parques ou encontrar com amigos, nem pensar. As festas em família foram suspensas.
Em prol do amor ao próximo foi preciso se ausentar.
Desse modo restou toda nossa bagunça interna. Em meio ao vazio a mente está cheia.
Portanto, sentir ficou mais intenso, potencializou o medo, a Insegurança, a frustração e a sensação de impotência.
Tudo isso despertou temores escondidos e obrigou a olhar para nossas relações, seja para aquelas pessoas que estão em casa completamente sozinhas ou com a família.
Pode ser mudanças que proporcionaram experiências boas ou que provocou mais conflitos.
Talvez com você tenha acontecido outras mudanças, provocado outros sentimentos, tão válidos como as que foram citadas acima.
Afinal, esse texto sobrevém de experiências, privilégios e contexto social específico.
No entanto, independente das mudanças, ocorreram algumas alterações nas relações com outro e consigo, desde ausência de abraços até mesmo o despertar de diferentes sensações estranhas.
A pandemia de covid-19 convocou a todos a transformar a maneira como ocorre as relações e a olhar para si em diferentes aspectos da vida.
Basta responder “O que esse isolamento despertou em você?” ou mesmo “O que sentiu mais falta?”. Pode parar pra pensar, eu espero.
Não existe certo ou errado, apenas diz sobre suas sensações e o que realmente é importante.
Talvez possibilite se conhecer um pouco mais e perceber suas relações, mesmo em um amontoado de sentimentos e em isolamento.
Ou mesmo se permitir sentir, mesmo que seja a raiva, tristeza ou a angústia.
Antes de qualquer coisa é preciso se respeitar, diante dos sentimentos que surgem, com que realmente deseja e com as possibilidades que temos de agir diante desse contexto, afinal não temos o controle sobre nada.
E foi por isso, que surgiram diversas iniciativas para minimizar o impacto do afastamento, como os shows em Lives, exercícios físicos na varanda, aplicativos que possibilita assistir filme ou vídeo de forma simultânea com amigos, e os happy hour por videoconferência.
A tecnologia foi um recurso, para aqueles que tem acesso, não só a continuar exercendo as atividades através das mídias digitais, mas principalmente aproximar as pessoas e fortalecer as redes de apoio.
Por isso tudo somos levados à a acreditar que esse é um momento muito difícil e que o mundo está atravessando juntos, ainda que fisicamente separados.
Não tem um manual de como viver em época de pandemia, cada um vai encontrar sua maneira de lidar com essa situação e com as angústias.
Haverá dias que serão fáceis de lidar outros não e tudo bem. Talvez a quarentena seja uma oportunidade de repensar sobre as relações e o que realmente é importante para cada um.
Como diz na música “Tudo ficará bem”, mas para isso nesse momento é preciso se isolar.
- Copyright © 2024 BlahPsi
- Fale conosco
- Políticas de privacidade
- políticas de cookies
Comentários