O termo ansiedade nos é conhecido desde sempre. Muito ouvimos falar, lemos, nos informamos.

Quem nunca se referiu a alguns sentimentos como medos, angústias, ou comportamentos de comer em demasia, ou perda de apetite e disse estar ansioso?

Anúncios

E as crianças? Como estão se sentindo? É possível que também estejam ansiosas? O que podemos fazer para ajudá-las?

Comportamentos ansiosos nem sempre são fáceis de serem identificados, apesar de pensarmos que basta observarmos um pouco e já conseguiremos perceber que alguém está “sofrendo de ansiedade”, não é mesmo?

Nem sempre isso é tão perceptível ou tão simples de ser diagnosticado, especialmente em crianças.

O momento que estamos vivendo de pandemia, isolamento, afastamento de amigos, colegas de escola, parentes, mudou completamente nossa rotina.

E, as crianças não foram poupadas em nada – tiveram que, de um momento para outro, abandonar sua rotina e mergulhar em uma outra realidade – totalmente diferente da que tinham antes.

Mudanças trazidas pelo homeoffice e o uso intensificado da tecnologia

O momento inicial, meses atrás, foi de bastante insegurança, medos, receios, e principalmente, de incertezas.

Algumas crianças logo se adaptaram ao estudo remoto, ao laptop, ao distanciamento de professores e colegas, afinal já “dominavam” toda essa tecnologia que acabou sendo imposta e obrigatória.

Os pais, tiveram que driblar entre sua nova realidade home office, e os cuidados com as crianças. Medos, receios, dúvidas? Sim! Ansiedade? Possivelmente!

Uma das grandes preocupações dos pais, consistia no fato de não saberem como evitar que os filhos sofressem, que se “sentissem ansiosos”, que não saíssem de frente das telas dos laptops, dos jogos eletrônicos, canais de vídeos, etc.

Algumas famílias relatavam que não conseguiam monitorar o que os filhos mais velhos faziam no computador pois estavam em horário de trabalho.

Anúncios

Natural, afinal a nova rotina lhes impunha estarem em casa e “no trabalho” ao mesmo tempo.

Quando temos que enfrentar algo novo, desconhecido, é natural que tendamos a apresentar comportamentos de fuga/esquiva.

Podemos não entrar em contato com o que está de fato acontecendo ou podemos tentar adiar o desconforto que a situação real ou imaginada se concretize.

Possivelmente, após algum tempo de isolamento e ensino remoto, algumas crianças e adolescentes não se sentiam motivados a estarem diante das telas para suas aulas.

Afinal havia ali ao seu alcance uma infinidade de outras possibilidades como vídeos, jogos, bate-papo em redes sociais – e assim se deu início a uma “batalha” entre pais e filhos para que tarefas antes simples e tranquilas, sejam cumpridas.

Mas afinal, como identificar se essa desmotivação está relacionada aos eventos rotineiros ou se existe aí indícios de ansiedade?

Como identificar se seu filho está desmotivado ou apresentando indícios de ansiedade?

Talvez a dica seja perceber se os comportamentos apresentados pelos filhos são de esquiva frente aos estudos, numa tentativa de evitar contato com algo que se tornou aversivo.

E, pode se manifestar por birras, choros, agressividade verbal, ou se reações físicas como sudorese, tremores, palpitações, estão instaladas, impedindo o cumprimento das atividades e causando prejuízos acadêmicos, sociais.

(…) ansiedade define-se enquanto fenômeno clínico quando implica em um comprometimento ocupacional do indivíduo; impedindo o andamento de suas atividades; quando envolve um grau de sofrimento considerado como significativo e quando as respostas de evitação/eliminação ocuparem um tempo considerável do dia.

(Zamignani & Banaco, 2005)


Diante da primeira situação é importante que os pais acolham as sensações, pensamentos, medos e validem esses sentimentos.

Juntos podem pensar o que é realidade e o que pode ser fruto de fantasias, antecipações desnecessárias, e minimizar esse mal-estar com a criação de uma nova rotina de estudos, atividades físicas e tarefas de casa, por exemplo.

Já na segunda hipótese descrita, quando não há possibilidades de realizações de tarefas cotidianas, intenso sofrimento psíquico, deve-se buscar ajuda profissional.

Existe então uma necessidade de identificar o que está causando ansiedade e desenvolver estratégias de enfrentamento com respostas comportamentais mais adaptadas, aos poucos promovendo novas formas de atuação e de bem-estar ao indivíduo, seja criança, adolescente ou adulto.

Em todas as situações, o que não podemos perder de vista é o cuidado, o carinho e o acolhimento daqueles que estão ao nosso redor.

Pequenas mudanças em comportamentos e atitudes devem ser consideradas, avaliadas e principalmente, cuidadas!

Referências Bibliográficas:

Anúncios

Zamignani, D. R., & Banaco, R. A. (2005). Um panorama analítico-comportamental sobre os transtornos de ansiedade. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, 7, 77-92

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Entrar

Cadastrar

Redefinir senha

Digite o seu nome de usuário ou endereço de e-mail, você receberá um link para criar uma nova senha por e-mail.